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Recuperação de APPs Degradadas, Instalação de Sistemas Agroflorestais por Nucleação e Educação Ambiental em Bacias Hidrográficas de Antonina-PR

Adubação Verde para Recuperar a Fertilidade da Terra e Plantio de Espécies Nativas da Floresta Atlântica em Unidade de Conservação

Ana Carolina Saupe / Analista Ambiental / Chefe da UC da APA de Guaraqueçaba, 2012

A gestão de Unidades de Conservação é uma atividade complexa. Para alcançar os objetivos de criação da UC, especialmente de uma UC de uso sustentável como a APA de Guaraqueçaba, precisamos buscar apoio e parcerias institucionais.

A APA visa o ordenamento do uso e ocupação do solo aliado à conservação ambiental. Dessa forma, a recuperação das Áreas de Preservação Permanente, as APPs, é uma atividade importante para alcançar esses objetivos. Mas é, também, uma meta difícil de ser realizada pela própria lógica de ocupação do território da APA de Guaraqueçaba, que ocorreu ao longo dos inúmeros rios existentes na região, cuja proximidade oferecia meio de transporte aos moradores e terras férteis para a agricultura.

Buscando formas de contornar essa situação, sem onerar os pequenos produtores que ocupam a região a diversas gerações, vinhamos buscando fontes para a implementação de projetos de recuperação das APPs, que foi vislumbrada através do edital do Programa Petrobrás Ambiental 2010.

Com a ideia clara de realizar a recuperação das APPs da região de uma forma integrada com a realidade dos produtores ali residentes, buscamos uma instituição que tivesse o conhecimento e experiência para realizar a empreitada. Entre as alternativas levantadas, a ADEMADAN se mostrou adequada, por já haver realizado diversos trabalhos na região e conhecer a fundo a realidade local.

Desde a aprovação do Projeto RAPPs, as atividades vêm sendo realizadas com êxito pela ADEMADAN e o projeto está se tornando uma referência para a recuperação de APPs, integrando os agricultores em todo o processo. Este sucesso nos convenceu de que é necessário expandir o projeto para o resto do território da APA de Guaraqueçaba e esperamos conseguir isso e garantir sua continuidade.

Assim, depois de mais de um ano de trabalho intenso junto aos agricultores, surgiu esta cartilha. Diferente da lógica de levar o conhecimento pronto ao pequeno agricultor, a cartilha foi construída integrando o conhecimento científico com o conhecimento prático da experiência de vida dos produtores moradores da região.

Essa diferença na elaboração da cartilha torna o material rico e condizente com a realidade local, aumentando o entendimento das técnicas apresentadas. A cartilha é um instrumento precioso para levar aos demais agricultores da região as informações que precisam para iniciarem a recuperação das APPs de suas propriedades.

Parabéns à equipe da ADEMADAN e aos agricultores que contribuiram para a construção dessa cartilha, pelo ótimo trabalho realizado. Que o projeto RAPPs renda ainda muitos bons frutos para a APA de Guaraqueçaba e para o litoral do Paraná.

Experiência de Boas Práticas em Educação Ambiental na Agricultura Familiar

A Educação Ambiental com as Escolas no projeto RAPPs tem por objetivo contribuir com a permanência do jovem no campo por meio de capacitação nos fundamentos da Agrofloresta para alunos e professores, do pré a 5a série escolar em escolas rurais municipais.

Nas escolas urbanas, a parceria é para formar o consumidor de produtos agroflorestais e diminuir a distância entre o campo e a cidade, integrando os alunos rurais com os alunos urbanos por meio de mutirões para a produção de mudas de espécies nativas da Floresta Atlântica nos viveiros didáticos das escolas rurais.

Por este motivo, a equipe do Projeto RAPPs, em parceria com a COPEL, construiu um Viveiro Florestal Didático e está instalando um Sistema Agroflorestal na Escola Municipal Rural Olimpia Breyer, no Bairro do Cachoeira, em Antonina.

Nesta escola foi construído uma estufa e um viveiro didático em bambu, com uma área para repicagem e produção de mudas pelos alunos, que coletam sementes, fazem a germinação, a repicagem e o plantio.

Estufa e Viveiro Didático cujas sementes são colocadas pelos alunos, para germinar e produzir mudas integrando alunos e professores, urbanos e rurais.

Em uma área que estava obsoleta na escola, o solo foi rotativado e, por meio da disciplina de Educação Física, toda a escola (alunos, professores e funcionários) participou na semeadura da adubação verde, utilizando Feijão Guandu e Crotalária.

Estas espécies serão manejadas em março de 2013. Não plantamos o capim napier roxo porque optamos em capacitar a comunidade escolar para trazer, de forma permanente, folhas dos quintais, que seriam queimadas, a fim de serem utilizadas como matéria orgânica, no processo de implantação do Sistema Agroflorestal (SAFs).

As crianças produziram os regadores na disciplina de Ed. Física e elas é quem regam a horta, a adubação verde e as mudas no viveiro por elas preparadas, sob orientação de professores e de um responsável pelo viveiro, funcionário do projeto RAPPs.

Para enriquecer a merenda escolar, cujos produtos da compra direta são contaminados por agrotóxicos, construímos 11 canteiros para horta orgânica. Foram divididos os canteiros por turma, professores e funcionários, onde cada qual, após o plantio das mudas, cujas espécies foram escolhidas pelas merendeiras da escola, tem responsabilidade com a manutenção dos canteiros. Além dos alunos também professores e funcionários prepararam os canteiros da horta, ao fundo área onde será implantado o SAFs.

As atividades nos canteiros com os alunos são realizadas na disciplina de Educação Física, quando a professora responsável integra o conteúdo da disciplina com as atividades de preparo de mudas e plantios, relacionando o solo e as plantas com o corpo humano. Nesta escola temos uma pessoa da equipe do projeto com dedicação exclusiva para auxiliar os professores com os alunos nas atividades práticas e contribuir com a manutenção das áreas plantadas e das mudas no viveiro. Assim, as crianças que moram perto podem ir à escola, em horário de contraturno, para participar das atividades do viveiro.

Na disciplina de Ed. Física, a professora desenvolve diversas atividades físicas integradas com as atividades agrícolas didáticas, criando circuitos para as crianças cumprirem, que foram batizados de Olimpíada Agroflorestal. 

Na Olimpíada Agroflorestal as crianças pulam, correm para aguar as plantas com regadores, que elas mesmas fizeram, e fazem alongamento enquanto plantam; tudo sob a orientação cuidadosa da professora Gilza Mendes Passos.

Os alunos também participam das atividades de gestão de resíduos sólidos, por meio da compostagem e separação seletiva do lixo. Para aproveitar melhor os resíduos orgânicos da merenda escolar construímos uma composteira que é gerenciada pelos alunos.

As crianças são estimuladas a trazerem de casa sementes de espécies nativas da Floresta Atlântica para serem germinadas no viveiro, além de outras espécies que elas desejam plantar no Sistema Agroflorestal, a ser instalado, cujas mudas estão sendo produzidas no viveiro didático.

Nesse sentido, todos os alunos da escola participam de todos os procedimentos de campo do projeto RAPPs. Esta participação é dinâmica e os alunos se dedicam, envolvendo, inclusive, os pais uma vez que são crianças e solicitam a ajuda dos adultos nas tarefas de coleta de sementes e folhas para a adubação verde.

A fim de estimular a produção e consumo de espécies agrícolas nativas, reservamos uma área na escola, que está sendo recuperada com adubação verde, para o plantio destas espécies, e também espécies com plantas medicinais, para formar a Farmácia Viva. Futuramente organizaremos gincanas entre as turmas sobre as receitas caiçaras típicas da zona rural e receitas curativas com ervas medicinais.

O objetivo do experimento é a troca de sementes nativas na região, fortalecendo a prática o plantio de sementes crioulas, a fim de incentivar a instalação de sistemas agroflorestais caiçaras, com o objetivo de abrir um novo mercado que nada tem haver com os produtos do agronegócio.

Este mercado será valorizado pela gastronomia na perspectiva do movimento Slow Food, um movimento internacional que hoje agrega mais de 400.000 associados em todo o mundo. É um movimento que valoriza o consumo e a produção de insumos de procedência agorecológicos, e conta com diversos Chefs da cozinha internacional de Curitiba que podem vir a aderir ao projeto.

Quando levamos nossa experiência no Projeto RAPPs, para o I Seminário Nacional de Boas Práticas em Educação Ambiental na Agricultura Familiar, organizado pelo Departamento de Educação Ambiental do MMA, ficou evidenciado que os problemas rurais por nós enfrentados em Antonina, em verdade são problemas nacionais porque pouco diferem do conjunto das experiências que foram selecionadas para serem apresentadas naquele Seminário.

No evento foi constatado que um dos maiores desafios para o desenvolvimento rural, por um lado, é o envelhecimento da agricultura familiar e, por outro, o fato desta agricultura ser responsável por 70% dos alimentos consumidos pelo provo brasileiro, a maioria por meio da agricultura convencional, com utilização de agrotóxicos de forma indiscriminada.

Neste evento percebemos a preocupação do Governo Brasileiro em promover a transição da agricultura convencional para a agroecologia, em um processo onde a Educação Ambiental passa a ter relevante papel social. Motivo pelo qual foi realizada a chamada pública para conhecer as experiências que estão sendo desenvolvidas nesta área e, das quais, o Projeto RAPPs foi uma das experiências selecionadas, representando o Bioma da Floresta Atlântica.

Encerramento do Seminário: http://www.mma.gov.br/informma/item/8881-agricultura-familiar-%C3%A9-premiada

Neste evento foram organizados Grupos de Trabalho para identificarem os desafios e estratégias necessárias a fim de estimular as Boas Práticas de Educação Ambiental na Agricultura Familiar. Um dos desafios bastante relevantes é manter o jovem no campo, e uma das estratégias arroladas, em todos os GT organizados, foi a de capacitação dos jovens nos fundamentos da agroecologia, por meio da escola e, identificada a necessidade de capacitação permanente dos professores.

Percebemos, então, que mais uma vez o projeto RAPPs está alinhado às principais questões rurais e ambientais de nosso país, pois foi justamente para sensibilizar professores e alunos nos fundamentos da agroecologia, em particular da agrofloresta, que estamos desenvolvendo o Projeto na Escola Municipal rural Olimpia Breyer.

PRÁTICA CIDADÃ DE MANEJO DA TERRA

O Projeto RAPPs teve início em dezembro de 2010, e até o final de 2012 desenvolvemos uma metodologia eficiente para recuperar florestas utilizando adubação verde para fertilizar o solo e investindo na biodiversidade para o controle de pragas e doenças, quando consorciamos a agricultura com espécies florestais nas áreas degradadas em que recuperamos. 

Durante o ano de 2013 nossos esforços estiveram centrados em desenvolver mecanismos para geração de renda, a fim de estimular o envolvimento do agricultor no processo de recuperação de florestas e na sua conservação.

Uma possibilidade que surgiu foi integrar a agricultura com a gastronomia e assim criamos o Espaço Gourmet Caiçara. Neste espaço promovemos vários eventos, como: Encontro entre Professores, Agricultores e a Gastronomia na Escola Municipal Rural Olimpia Breyer, em Antonina; 23° Festival de Inverno da UFPR em Antonina; Ensaios Gastronômicos com Espécies Agrícolas não Convencionais;  Visita da Missão Internacional (Vietnã e Austrália) com almoço degustativo na perspectiva do Slow Food, do restaurante Casa Verde, em Antonina; Visita de Representantes do MMA e do GIZ, Cooperação entre Brasil e Alemanha para Conservação da Floresta Atlântica.

 

Em 2014, renovado nosso convênio com a Petrobras, ampliamos nossa área de ação e incluímos novas bacias hidrográficas, a fim de recuperar áreas degradadas e instalar Sistemas Agroflorestais, por meio de metodologia amadurecida no projeto, sem nos descuidarmos do trabalho de Educação Ambiental com as escolas rurais e urbanas, nos fundamentos da agroecologia.

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